sábado, 30 de abril de 2011

É um complexo sistema orgânico constituído por diversas formações: capilares, vasos coletores linfáticos e nódulos linfáticos. Neste sistema circula a linfa que provem dos tecidos, e desemboca no sistema venoso. O sistema linfático tem sua origem nos capilares situados na trama de quase todos os órgãos, onde nascem com fundo cego.

Faltam no baço, na medula óssea, no sistema nervoso central, nos epitélios, nos cartílagos e na esclerótica dos olhos. Os capilares linfáticos confluem nos vasos linfáticos propriamente ditos, que têm um curso flexuoso ou retilíneo, com um aspecto moniliforme e são providos de válvulas; costumam seguir quase sempre o curso das veias, dividindo-se em superficiais, que se encontram no tecido subcutâneo, e profundas, situadas por baixo dos feixes musculares. Os coletores linfáticos principais são dois e conduzem a linfa desde os vasos até as veias.

Os gânglios linfáticos são corpúsculos esféricos, ovais, de diferentes tamanhos, que variam, desde uma cabeça de alfinete a uma avelã; têm cor variável, desde o vermelho ao esbranquiçado, encontrando-se isolados ou agrupados em diferentes regiões do corpo, a isto convergem e disso saem os vasos linfáticos. Estas reagrupações regionais se denominam estações linfonodais e cada uma delas dispõe, portanto, de vasos aferentes e vasos eferentes.

A corrente dos vasos linfáticos procede em sentido centrípeto, ou seja, desde a periferia em direção ao centro. A linfa contida, em sua maior parte, nos vasos linfáticos, passa desde a circulação linfática à sangüínea através de dois coletores linfáticos principais: o conduto torácico e a grande veia linfática. Linfa: tem o aspecto de um líquido claro, transparente, incolor, com reação alcalina. Coagula quando sai dos vasos linfáticos. Além disso, (linfa dos vasos linfáticos) realiza pelos espaços existentes entre os elementos dos tecidos, isto é, nos intervalos; neste caso recebe o nome de linfa intersticial.

A linfa intersticial contém substâncias que chegam aos espaços intersticiais dos tecidos, através das paredes dos capilares sangüíneos e que estão destinadas à nutrição das células e produtos que derivam da atividade funcional específica dos tecidos, que são, em parte, destinados a serem utilizados pelo organismo e, em parte, produtos de desfeitos. Certa quantidade desta linfa passa aos vasos linfáticos.

A linfa dos vasos linfáticos se distingue da intersticial porque contém os seguintes elementos (que faltam na linfa intersticial): linfócitos (8000/mm3), escassos granulócitos e monócitos . O plasma linfático é a parte líquida da linfa e o quilo, e a linfa que circula nos vasos linfáticos provenientes das abundância de pêlos intestinais. Os capilares linfáticos são condutos formados por células endoteliais, cujo diâmetro mede entre 15 e 100 micras. O passo da linfa intersticial tem lugar através da parede do capilar e depende, em grande medida, da pressão intracelular. Os vasos e os coletores linfáticos se formam por membranas de tecido superpostas, a túnica adventícia, mais externas, de fibras elásticas e colágenas; a túnica media, de células musculares circulares e oblíquas, às vezes falta e a túnica íntima, formada por uma lâmina de células endoteliais e por um plano subendotelial muito rico em fibras elásticas. Os vasos linfáticos estão providos, no seu interior, de uns repregues da túnica íntima que formam as válvulas, em cujo nível o vaso se estreita.

Gânglios linfáticos: são pequenas formações de aspecto cilíndrico, oval ou esférico, que apresentam sobre sua superfície externa um hilo por onde penetram os vasos sangüíneos e os vasos linfáticos eferentes; enquanto que os vasos linfáticos aferentes alcançam os gânglios linfáticos pela parte oposta ao hilo. O gânglio linfático é irrigado por uma artéria que penetra através do hilo. Os gânglios linfáticos produzem linfócitos e em parte monócitos. Principais cadeias linfáticas. A) Gânglios linfáticos pericervicais, são gânglios linfáticos situados na zona, interpostos entre a cabeça e o pescoço, formando uma espécie de colar. Distinguem-se os seguintes grupos:

1. Gânglios linfáticos subocipitais, que provem da parte occipital do couro cabeludo e de uma parte da nuca

2. Auriculares: que compreendem um grupo posterior que se encontra na região mastóidea e recolhe a linfa, que provem dos linfáticos situados na região temporal e na superfície media do pavilhão auricular. Os vasos eferentes vão aos gânglios linfáticos parótidas. Os vasos eferentes desembocam nos gânglios linfáticos parótidas.

3. gânglios linfáticos parótidas: são muito numerosos e se dispõem no oco ou prisão parótida recebendo a linfa, que provem da porção frontal do couro cabeludo, das pálpebras, do nariz, e da região temporal, superfície lateral do pavilhão auricular, do conduto auditivo externo, do ouvido médio, e da glândula parótida.

4. gânglios linfáticos aferentes da testa , da porção medial das pálpebras, de parte do nariz, das maçãs do rosto e desembocam na cadeia jugular interna.

5. gânglios linfáticos submentonianos: São dois ou três gânglios situados na sínfise do queixo, da pele e da mucosa da parte media do lábio inferior, da ponta da língua e da superfície inferior da boca.

6. gânglios linfáticos retrofaríngeos: encontram-se situados entre a porção superior da parede posterior da faringe e as primeiras vértebras cervicais, recebem a linfa da rinofaringe, das trompas auditivas, do ouvido médio e das cavidades nasais. B) Cadeia laterocervical superficial: é formada por quatro de seis gânglios linfáticos situados no curso da veia jugular externa. Estes gânglios linfáticos recebem os vasos linfáticos da pele da região carotidea e do tecidos conetivo subcutâneo, e em uma mínima parte a linfa que provem do pavilhão auricular e da glândula parótida. Os vasos eferentes desembocam na jugular interna. C) Cadeia laterocervical profunda: é formada por três gânglios: 1. Cadeia jugular interna, formada por gânglios linfáticos dispostos ao largo do curso da maior parte da cabeça e do pescoço; os vasos eferentes formam o tronco jugular único ou duplo, que desemboca na confluência das veias jugular interna e subclávia ou conduto linfático à direita. 2. Cadeia do nervo acessório do vago, os vasos aferentes provem dos gânglios linfáticos mastóideos e occipitais, e os eferentes desembocam na cadeia cervical transversa. 3. Cadeia cervical transversa: situada ao longo da artéria transversa, recebe os vasos linfáticos da cadeia do nervo acessório do vago e os vasos aferentes formam o canal coletor cervical transverso, que desemboca na confluência entre a veia jugular interna e a veia subclava, ou melhor se une ao coletor jugular, ou termina à direita no conduto linfático direito e à esquerda no conduto torácico. D) Cadeia jugular anterior: encontra-se ao longo do curso da veia homônima, seus vasos eferentes confluem na cadeia jugular interna ou na cervical transversa. E) Nódulos linfáticos cervicais profundos anteriores: compreendem os seguintes grupos: 1. grupo infrahiroedeo. 2. grupo prefaríngeo: dispostos nas vias linfáticas da tireóide e laringe. 3. grupo pré-traqueal: situado em frente à porção da traquéia; os vasos aferentes provêm da tiróide e da traquéia; os vasos eferentes confluem nas cadeias recorrenciais ou na jugular interna. 4. cadeia recorrencial: situada no curso do nervo laríngeo ou recorrente (ramo do nervo vago), recebe a linfa da laringe, tireóide, traquéia e esôfago; os vasos eferentes formam o tronco que desemboca na confluência venosa ou no conduto torácico à esquerda e no conduto linfático direito à direita. Linfáticos do tórax: distinguem-se os linfáticos parietais e viscerais. Os gânglios linfáticos parietais formam os seguintes grupos: 1. grupo mamário interno, disposto ao longo do curso da artéria mamária interna, que recebe os linfáticos da mama, da pele e dos músculos da região epigástrica e os vasos linfáticos que provêm dos gânglios linfáticos diafragmáticos anteriores. 2. grupo intercostal que se divide em médios e laterais e recebem a linfa da parte posterior dos espaços intercostais, que se dividem em médios e laterais, e recebem a linfa da parte posterolateral da parede do tórax. 3. grupo diafragmático: disposto na superfície convexa do diafragma, que se divide num subgrupo pré-pericárdico e dois subgrupos lateropericárdicos, que recebem a linfa que provem do diafragma do pericárdio da pleura que reveste a face inferior do diafragma e do fígado. Os vasos eferentes se dirigem aos gânglios linfáticos viscerais e se encontram no mediastino anterior e posterior e nos pulmões. Formam os seguintes grupos: 1. grupo mediastínico anterior, que compreende os gânglios situados entre o esterno e o coração (gânglios cardíacos) e os que se encontram pela frente do arco da aorta e por cima do mesmo (gânglio pre-aórticos e supra-aórticos). 2. grupo mediastínico posterior formado por alguns gânglios linfáticos, situados entre o pericárdio e a coluna vertebral em relação com o esôfago, com a pleura e com a aorta torácica, isto é, com os órgãos do mediastino posterior. 3. grupo paratraqueobronquial ou estação mediastínica media, formado pelos gânglios linfáticos traqueobronquiais de Barety; estes gânglios linfáticos estão situados ao redor da bifurcação da traquéia e tem
sido classificados em 5 grupos: A) intertraqueobronquial (ocupa o ângulo de bifurcação da traquéia); B e C) pretraqueobronquiais direito e esquerdo (ocupam a cada lado o ângulo entre a traquéia e o brônquio); D e E) grupo hiliar (situado no hilo de cada pulmão) 4. gânglios linfáticos intrapulmonares, estão situados no interior dos pulmões, em correspondência dos ângulos formados pelas ramificações bronquiais e dos pulmões e os vasos eferentes confluem no grupo hiliar da estação peritraqueobronquial. Linfáticos dos membros inferiores.

No membro inferior existem três estações nodulares: A) Estação tibial anterior, formada pelo gânglio tibial anterior que se encontra em contato com a porção superior da artéria tibial anterior, em frente da parte superior da membrana interóssea, recebe os vasos linfáticos que provêm da parte profunda da planta do pé; esse tronco se acomoda logo junto aos vasos linfáticos profundos da região anterior da perna para confluir no gânglio linfático tibial anterior.

Os vasos linfáticos eferentes atravessam a parte superior do espaço interósseo da perna, de frente para trás, desembocando os gânglios poplíteos. B) estação poplítia: é formada por 4 ou oito gânglios linfáticos, imersos no tecido adiposo que enche a fossa poplítea. Encontra-se por cima dos côndilos do fêmur (supracondileos), entre os côndilos do fêmur (intracondileos), em contato com a superfície posterior da cápsula articular do joelho (justa-articulares) e por último nas proximidades da embocadura da safena menor na veia poplítea (justa-safenos). Recebem os vasos linfáticos que provêm da estação tibial anterior, os vasos linfáticos que acompanham o curso dos vasos da planta do pé, dos vasos tibiais posteriores e perônios e os linfáticos que provêm da articulação do joelho. Por último, a estação poplítea recebe também os vasos linfáticos safenos internos, que dispõe do dorso do pé e dos planos superficiais da região da perna. c) Estação inguinal: é formada por gânglios linfáticos que se encontram na região inguinofemoral, situada embaixo da dobra da virilha e que compreende parte da superfície ântero-medial da coxa; nesta estação se distinguem gânglios superficiais e profundos: 1. gânglios inguinais superficiais: estão situados no espessor do tecido conetivo subcutâneo pela frente da fasciata.

Estes gânglios costumam ser de oito a doze, e estão separados entre si por duas linhas imaginárias que se entrecruzam em ângulo reto, em correspondência da influência da veia safena maior na femoral. Distinguem-se assim quatro grupos de gânglios: superolateral, superomedial, inferolateral, e inferomedial. 2. gânglios inguinais profundos: estão em número de dois ou três, colocados perto da superfície media da veia femoral, profundamente a fascia cribosa, no triângulo de Scarpa. Este grupo recebe vasos linfáticos que provêm dos gânglios inguinais superficiais. Os vasos linfáticos eferentes dos nódulos inguinais profundos se dirigem para a pélvis, desembocando nos gânglios ilíacos externos. Linfáticos da pélvis: são formados por grupos de gânglios linfáticos que se encontram ao longo dos vasos ilíacos externos, internos e comuns, pelo qual se descreve a estação ilíaca comum. Os gânglios ilíacos externos estão dispostos ao longo da veia e da artéria ilíaca externa, são dois ou três e estão situados imediatamente à direita do ligamento femoral e são denominados ilíacos comuns.

Os gânglios ilíacos internos ou hipogástricos estão situados ao longo do curso da artéria ilíaca interna, em relação com a parede lateral da parede pélvica e com a superfície anterior do sacro. Os gânglios ilíacos comuns estão situados no curso dos vasos ilíacos comuns e sobre o corpo da quinta vértebra lombar. Os vasos eferentes confluem nos gânglios linfáticos inferiores da estação lomboaórtica. Coletores linfáticos principais: Os coletores linfáticos principais se dividem em troncos supradiafragmáticos e subdiafragmáticos. Os coletores supradiafragmáticos são: o tronco subclávio, o tronco jugular, o tronco cervical transverso, o tronco mamário interno, o tronco mediastínico anterior, o laterotraqueal, o recorrente e o intercostal. Podem ser simples ou duplos e derivam das estações de gânglios homônimos, desembocando na confluência jugolosubclávia. Reúnem-se à direita formando o conduto linfático direito que termina na confluência formada pela veia jugular interna direita com a veia subclávia direita. O coletor subdiafragmático é o conduto torácico (coletor linfático mais longo do corpo). Corre ao longo do tórax e em parte do abdômen desemboca no ângulo de confluência da veia jugular interna esquerda com a veia subclávia esquerda.POSTADO POR www.biomania.com.br

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