sexta-feira, 8 de julho de 2011

Hepatite C
Sinônimos:
amarelão ; derrame de bile;
O que é?
É uma inflamação do fígado causada pelo Vírus da Hepatite C (HCV).
Como se adquire?
Situações de risco são as transfusões de sangue, a injeção compartilhada de drogas e os acidentes profissionais.
Portanto, podemos nos contaminar com o vírus da Hepatite C ao termos o sangue, as mucosas ou a pele não íntegra atingida pelo sangue ou por secreção corporal de alguém portador do HCV, mesmo que ele não se saiba ou não pareça doente.
A transmissão sexual do HCV não é freqüente e a transmissão da mãe para o feto é rara (cerca de 5%). Não são conhecidos casos de transmissão de hepatite C pelo leite materno. Apesar das formas conhecidas de transmissão, 20 a 30% dos casos ocorrem sem que se possa demonstrar a via de contaminação.
O que se sente e como se desenvolve?
Diferentemente das hepatites A e B, a grande maioria dos casos de Hepatite C não apresenta sintomas na fase aguda ou, se ocorrem, são muito leves e semelhantes aos de uma gripe. Já há tratamento para a fase aguda da Hepatite C, diminuindo o risco de cronificação. Por isso pessoas suspeitas de terem sido contaminadas merecem atenção, mesmo que não apresentem sintomas.
Mais de 80% dos contaminados pelo vírus da hepatite C desenvolverão hepatite crônica e só descobrirão que tem a doença em exames por outros motivos, como por exemplo, para doação de sangue. Outros casos, aparecerem até décadas após a contaminação, através das complicações: cirrose em 20% e câncer de fígado em 20% dos casos com cirrose.
Como o médico faz o diagnóstico?
Na fase antes do aparecimento das complicações, exames de sangue realizados por qualquer motivo, podem revelar a elevação de uma enzima hepática conhecida por TGP ou ALT. Essa alteração deve motivar uma investigação de doenças hepáticas, entre elas, a Hepatite C. A pesquisa diagnóstica busca anticorpos circulantes contra o vírus C (Anti-HCV). Quando presentes, podem indicar infecção ultrapassada ou atual. A confirmação de infecção atual é feita pela identificação do vírus no sangue, pelo método da Reação da Cadeia da Polimerase (PCR RNA-HCV). Com a evolução, aparecem alterações de exames de sangue e da ecografia (ultrassonografia) de abdome.
Muitas vezes o médico irá necessitar de uma biópsia hepática (retirada de um fragmento do fígado com uma agulha) para determinar a grau da doença e a necessidade ou não de tratamento. São realizados também a detecção do tipo de vírus (genotipagem) e da quantidade de vírus circulante (carga viral), que são importantes na decisão do tratamento.
Como se trata?
Nos raros casos em que a hepatite C é descoberta na fase aguda, o tratamento está indicado por diminuir muito o risco de evolução para hepatite crônica, prevenindo assim o risco de cirrose e câncer. Usa-se para esses casos o tratamento somente com interferon por 6 meses.
O tratamento da Hepatite Crônica C vem alcançando resultados progressivamente melhores com o passar do tempo. Enquanto até há poucos anos alcançava-se sucesso em apenas 10 a 30% do casos tratados, atualmente, em casos selecionados, pode-se alcançar até 90% de eliminação do vírus (Resposta Viral Sustentada). Utiliza-se uma combinação de interferon (“convencional” ou peguilado) e ribavirima, por prazos que variam de 6 a 12 meses (24 a 48 semanas). O sucesso do tratamento varia principalmente conforme o genótipo do vírus, a carga viral e o estágio da doença determinado pela biópsia hepática.
Pacientes mais jovens, com infecção há menos tempo, sem cirrose, com infecção pelos genótipos 2 e 3 e com menor carga viral (abaixo de 800.000 Unidades/mL) tem as melhores chances de sucesso. O novo tipo de interferon, chamado interferon peguilado ou “peg-interferon” é uma alternativa que vem alcançando resultados algo superiores aos do interferon convencional especialmente para portadores do genótipo 1 e pacientes com estágios mais avançados de fibrose na biópsia.
Os efeitos indesejáveis (colaterais) dos remédios utilizados em geral são toleráveis e contornáveis, porém, raramente, são uma limitação à continuidade do tratamento. A decisão de tratar ou não, quando tratar, por quanto tempo e com que esquema tratar são difíceis e exigem uma avaliação individualizada, além de bom entendimento entre o paciente e seu especialista.
Novas alternativas terapêuticas vêm surgindo rapidamente na literatura médica. Além de novas medicações, a adequação do tempo do tratamento a grupos de pacientes com características diferentes poderá melhorar ainda mais os resultados alcançados com as medicações atualmente disponíveis. Estudos vêm mostrando que, para alguns pacientes, com características favoráveis, tempos mais curtos de tratamento possam ser suficientes, enquanto que pacientes com menor chance de resposta e, possivelmente, aqueles que não responderam a tratamentos anteriores, possam se beneficiar com tempos maiores de tratamento.
Como se previne?
A prevenção da hepatite C é feita pelo rigoroso controle de qualidade dos bancos de sangue, o que no Brasil, já ocorre, tornando pequeno o risco de adquirir a doença em transfusões. Seringas e agulhas para injeção de drogas não podem ser compartilhadas. Profissionais da área da saúde devem utilizar todas as medidas conhecidas de proteção contra acidentes com sangue e secreções de pacientes, como o uso de luvas, máscara e de óculos de proteção. O uso de preservativo nas relações sexuais com parceiro fixo não é indicado para prevenção da transmissão da hepatite C.fonte ABC DA SAÚDE
Como são as mamas:
As mamas (ou seios) são glândulas e sua função principal é a produção de leite. Elas são compostas de lobos que se dividem em porções menores, os lóbulos, e ductos, que conduzem o leite produzido para fora pelo mamilo. Como todos os outros órgãos do corpo humano, também se encontram nas mamas vasos sanguíneos, que irrigam a mama de sangue, e os vasos linfáticos, por onde circula a linfa. A linfa é um líquido claro que tem uma função semelhante ao sangue de carregar nutrientes para as diversas partes do corpo e recolher as substâncias indesejáveis. Os vasos linfáticos se agrupam no que chamamos de gânglios linfáticos, ou ínguas. Os vasos linfáticos das mamas drenam para gânglios nas axilas (em baixo dos braços) na região do pescoço e no tórax.
Os tipos de câncer de mama:
O câncer de mama ocorre quando as células deste órgão passam a se dividir e se reproduzir muito rápido e de forma desordenada. A maioria dos cânceres de mama acomete as células dos ductos das mamas. Por isso, o câncer de mama mais comum se chama Carcinoma Ductal. Ele pode ser in situ, quando não passa das primeiras camadas de célula destes ductos, ou invasor, quando invade os tecidos em volta. Os cânceres que começam nos lóbulos da mama são chamados de Carcinoma Lobular e são menos comuns que o primeiro. Este tipo de câncer muito freqüentemente acomete as duas mamas. O Carcinoma Inflamatório de mama é um câncer mais raro e normalmente se apresenta de forma agressiva, comprometendo toda a mama, deixando-a vermelha, inchada e quente.
O câncer de mama, como muitos dos cânceres, tem fatores de risco conhecidos. Alguns destes fatores são modificáveis, ou seja, pode-se alterar a exposição que uma pessoa tem a este determinado fator, diminuindo a sua chance de desenvolver este câncer.
Existem também os fatores de proteção. Estes são fatores que, se a pessoa está exposta, a sua chance de desenvolver este câncer é menor.
Os fatores conhecidos de risco e proteção do câncer de mama são os seguintes:
Idade:
 
O câncer de mama é mais comum em mulheres acima de 50 anos. Quanto maior a idade maior a chance de ter este câncer. Mulheres com menos de 20 anos raramente têm este tipo de câncer.

Exposição excessiva a hormônios:
 
Terapia de reposição hormonal (hormônios usados para combater os sintomas da menopausa) que contenham os hormônios femininos estrogênio e progesterona aumentam o risco de câncer de mama. Não tomar ou parar de tomar estes hormônios é uma decisão que a mulher deve tomar com o seu médico, pesando os riscos e benefícios desta medicação.
Anticoncepcional oral (pílula) tomado por muitos anos também pode aumentar este risco.
Retirar os ovários cirurgicamente diminui o risco de desenvolver o câncer de mama porque diminui a produção de estrogênio (menopausa cirúrgica).
Algumas medicações "bloqueiam" a ação do estrogênio e são usadas em algumas mulheres que tem um risco muito aumentado de desenvolver este tipo de câncer. Usar estas medicações (como o Tamoxifen) é uma decisão tomada junto com o médico avaliando os risco e benefícios destas medicações.

Radiação:
 
Faz parte do tratamento de algumas doenças irradiar a região do tórax. Antigamente muitas doenças benignas se tratavam com irradiação. Hoje, este procedimento é praticamente restrito ao tratamento de tumores. Pessoas que necessitaram irradiar a região do tórax ou das mamas têm um maior risco de desenvolver câncer de mama.

Dieta:
 
Ingerir bebida alcoólica em excesso está associado a um discreto aumento de desenvolver câncer de mama. A associação com a bebida de álcool é proporcional ao que se ingere, ou seja, quanto mais se bebe maior o risco de ter este câncer. Tomar menos de uma dose de bebida alcoólica por dia ajuda a prevenir este tipo de câncer (um cálice de vinho, uma garrafa pequena de cerveja ou uma dose de uísque são exemplos de uma dose de bebida alcoólica).Se beber, portanto, tomar menos que uma dose por dia.
Mulheres obesas têm mais chance de desenvolver câncer de mama, principalmente quando este aumento de peso se dá após a menopausa ou após os 60 anos. Manter-se dentro do peso ideal (veja o cálculo de IMC neste site), principalmente após a menopausa diminui o risco deste tipo de câncer.
Seguir uma dieta saudável, rica em alimentos de origem vegetal com frutas, verduras e legumes e pobre em gordura animal pode diminuir o risco de ter este tipo de câncer. Apesar dos estudos não serem completamente conclusivos sobre este fator de proteção, aderir a um estilo de vida saudável, que inclui este tipo de alimentação, diminui o risco de muitos cânceres, inclusive o câncer de mama (veja Dieta do Mediterrâneo neste site).

Exercício físico:
 
Exercício físico normalmente diminui a quantidade de hormônio feminino circulante. Como este tipo de tumor está associado a esse hormônio, fazer exercício regularmente diminui o risco de ter câncer de mama, principalmente em mulheres que fazem ou fizeram exercício regular quando jovens.

História ginecológica:
 
Não ter filhos ou engravidar pela primeira vez tarde (após os 35 anos) é fator de risco para o câncer de mama.
Menstruar muito cedo (com 11 anos, ou antes) ou parar de menstruar muito tarde expõe a mulher mais tempo aos hormônios femininos e por isso aumenta o risco deste câncer.
Amamentar, principalmente por um tempo longo, um ano ou mais somado todos os períodos de amamentação, pode diminuir o risco do câncer de mama

História familiar:
 
Mulheres que tem parentes de primeiro grau, mães, irmãs ou filhas, com câncer de mama, principalmente se elas tiverem este câncer antes da menopausa, são grupo de risco para desenvolver este câncer.
Apesar de raro, homens também podem ter câncer de mama e ter um parente de primeiro grau, como o pai, com este diagnóstico também eleva o risco familiar para o câncer de mama.
Pessoas deste grupo de risco devem se aconselhar com o seu médico para definir a necessidade de fazer exames para identificar genes que possam estar presentes nestas famílias. Se detectado um maior risco genético, o médico pode propor algumas medidas para diminuir estes riscos. Algumas medidas podem ser bem radicais ou ter efeitos colaterais importantes. Retirar as mamas e tomar Tamoxifen são exemplos destas medidas. A indicação destes procedimentos e a discussão dos prós e contras é individual e deve ser tomada junto com um médico muito experiente nestes casos.

Alterações nas mamas:
 
Ter tido um câncer de mama prévio é um dos maiores fatores de risco para este tipo de câncer. Manter-se dentro do peso ideal, fazer exercício físico, seguir corretamente as recomendações do seu médico e fazer os exames de revisão anuais são medidas importantes para diminuir a volta do tumor ou ter um segundo tumor de mama.
Ter feito biópsias mesmo que para condições benignas está associado a um maior risco de ter câncer de mama.
Mamas densas na mamografia está associado a um maior risco para este tumor. É muito importante que a mamografia seja feita em um serviço qualificado e que o exame seja comparado com exames anteriores.

Sintomas do câncer de mama:
O câncer de mama normalmente não dói. A mulher pode sentir um nódulo (ou caroço) que anteriormente ela não sentia. Isso deve fazer ela procurar o seu médico. O médico vai palpar as mamas, as axilas e a região do pescoço e clavículas e se sentir um nódulo na mama pedirá uma mamografia.
A mulher também pode notar uma deformidade na suas mamas, ou as mamas podem estar assimétricas. Ou ainda pode notar uma retração na pele ou um líquido sanguinolento saindo pelo mamilo. Nos casos mais adiantados pode aparecer uma "ferida" (ulceração) na pele com odor muito desagradável.
No caso de carcinoma inflamatório a mama pode aumentar rapidamente de volume, ficando quente e vermelha.
Na maioria dos casos, a mulher é a responsável pela primeira suspeita de um câncer. É fundamental que ela conheça as suas mamas e saiba quando alguma coisa anormal está acontecendo. As mamas se modificam ao longo do ciclo menstrual e ao longo da vida. Porém, alterações agudas e sintomas como os relacionados acima devem fazer a mulher procurar o seu médico rapidamente. Só ele pode dizer se estas alterações podem ou não ser um câncer.
Como se faz o diagnóstico de câncer de mama:
A mamografia é um Rx das mamas. Este exame também é feito para detecção precoce do câncer quando a mulher faz o exame mesmo sem ter nenhum sintoma. Caso a mama seja muito densa, o médico também vai pedir uma ecografia das mamas.
Se a mamografia mostra uma lesão suspeita, o médico indicará uma biópsia que pode ser feita por agulha fina ou por agulha grossa. Geralmente, esta biópsia é feita com a ajuda de uma ecografia para localizar bem o nódulo que será coletado o material, se o nódulo não for facilmente palpável. Após a coleta, o material é examinado por um patologista (exame anátomo-patológico) que definirá se esta lesão pode ser um câncer ou não.
Tratamento para o câncer de mama:
Existem vários tipos de tratamento para o câncer de mama. São vários os fatores que definem o que é mais adequado em cada caso. Antes da decisão de que tipo de tratamento é mais adequado o médico analisa o resultado do exame anátomo-patológico da biópsia ou da cirurgia se esta já tiver sido feita. Além disso, o médico pede exames de laboratório e de imagem para definir qual a extensão do tumor e se ele saiu da mama e se alojou em outras partes do corpo.
Se o tumor for pequeno, o primeiro procedimento é uma cirurgia onde se tira o tumor. Dependendo do tamanho da mama, da localização do tumor e do possível resultado estético da cirurgia, o cirurgião retira só o nódulo, uma parte da mama (geralmente um quarto da mama ou setorectomia) ou retira a mama inteira (mastectomia) e os gânglios axilares.
As características do tumor retirado e a extensão da cirurgia definem se a mulher necessitará de mais algum tratamento complementar ou não. Geralmente, se a mama não foi toda retirada, ela é encaminhada para radioterapia.
Dependendo do estadiamento, ou seja, quão avançada está a doença (tamanho, número de nódulos axilares comprometidos e envolvimento de outras áreas do corpo), também será indicada quimioterapia ou hormonioterapia. Radioterapia é o tratamento que se faz aplicando raios para eliminar qualquer célula que tenha sobrado no local da cirurgia que por ser tão pequena não foi localizada pelo cirurgião nem pelo patologista. Este tratamento é feito numa máquina e a duração e intensidade dependem das características do tumor e da paciente.
Quimioterapia é o uso de medicamentos, geralmente intravenosos, que matam células malignas circulantes. O tipo de quimioterápico utilizado depende se a mulher já está na menopausa e a extensão da sua doença. Hormonioterapia é o uso de medicações que bloqueiam a ação dos hormônios que aumentam o risco de desenvolver este tipo de câncer. Este tratamento é dado para aquelas pacientes em que o tumor mostrou ter estes receptores positivos (receptor de estrogênio e receptor de progesterona).
Detecção precoce do câncer de mama:
O exame de palpação realizado pelo médico e a mamografia são os exames realizados para uma detecção precoce desse tipo de câncer.
Como o médico faz esse exame?
O exame mais fácil de se realizar para se detectar uma alteração da mama é o exame de palpação. Neste exame o médico palpa toda a mama, a região da axila e a parte superior do tronco em busca de algum nódulo ou alteração da pele, como retração ou endurecimento, e de alguma alteração no mamilo.
A mamografia é um Raio X das mamas e das porções das axilas mais próximas das mamas. Nesse exame, o radiologista procura imagens sugestivas de alterações do tecido mamário e dos gânglios da axila. A ecografia das mamas pode auxiliar o radiologista a definir que tipo de alterações são essas.
Esses exames, quando realizados anualmente ou mais freqüentemente, dependendo da história individual da paciente (presença de fatores de risco ou história de tumores e biópsias prévias), pode diminuir a mortalidade por esse tipo de tumor, quando realizados entre os 50 e os 69 anos.
Porém, este tipo de tumor tem características diferentes para populações diferentes. Isto altera o quanto a mamografia é eficaz em diminuir a mortalidade por este tipo de tumor.
Realizar esses exames entre os 40 e os 49 anos pode diminuir a mortalidade por este tipo de tumor, mas o efeito dessa diminuição só se dará quando essas mulheres tiverem mais de 50 anos.
CÂNCER DE COLO DO ÚTERO
Sinônimos:
Câncer de Cérvice Uterina, Câncer do colo uterino
O câncer de colo uterino é o câncer mais comum entre as mulheres no Brasil, correspondendo a, aproximadamente, 24% de todos os cânceres.
Definição de câncer de colo uterino
É o câncer que se forma no colo do útero. Nessa parte, há células que podem se modificar produzindo um câncer. Em geral, é um câncer de crescimento lento, e pode não ter sintomas.
O que é o colo do útero?
O colo é a parte inferior do útero que o conecta à vagina. O colo produz muco que durante uma relação sexual ajuda o esperma a mover-se da vagina para o útero. Na menstruação o sangue flui do útero através do colo até a vagina, de onde sai do corpo. No período de gravidez o colo fica completamente fechado. Durante o parto o colo se abre e o bebê passa através dele até a vagina.

O que se sente quando se tem o câncer de colo do útero?
O quadro clínico de pacientes portadoras de câncer de colo do útero pode variar desde ausência de sintomas (tumor detectado no exame ginecológico periódico) até quadros de sangramento vaginal após a relação sexual, sangramento vaginal intermitente (sangra de vez em quando), secreção vaginal de odor fétido e dor abdominal associada com queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados da doença.
Como o médico faz o diagnóstico do câncer de colo do útero?
O diagnóstico é, predominantemente, clínico. A coleta periódica do exame citopatológico do colo do útero (também chamado de exame pré-câncer ou Papanicolau) possibilita o diagnóstico precoce, tanto das formas pré-invasoras (NIC), como do câncer propriamente dito. No exame ginecológico rotineiro, além da coleta do citopatológico, é realizado o Teste de Schiller (coloca-se no colo do útero uma solução iodada) para detectar áreas não coradas, suspeitas. A colposcopia (exame em que se visualiza o colo do útero com lente de aumento de 10 vezes ou mais) auxilia na avaliação de lesões suspeitas ao exame rotineiro, e permite a realização de biópsia dirigida (coleta de pequena porção de colo do útero), fundamental para o diagnóstico de câncer.
Nas pacientes com diagnóstico firmado de câncer de colo do útero, é necessária a realização de exames complementares que ajudam a avaliar se a doença está restrita ou não ao colo do útero: cistoscopia, retossigmoidoscopia, urografia excretora e, em alguns casos, a ecografia transretal.
Os tipos de câncer de colo do útero podem ser: tipo epidermóide, o mais comum, e também pode ser do tipo adenocarcinoma, o qual é bem menos freqüente. O primeiro pode ser diagnosticado na sua forma pré-invasora: NIC (neoplasia intraepitelial cervical), geralmente assintomático, mas facilmente detectável ao exame ginecológico periódico.
Como se trata o câncer de colo de útero?
O tratamento das pacientes portadoras desse câncer baseia-se na cirurgia, radioterapia e quimioterapia. O tratamento a ser realizado depende das condições clínicas da paciente, do tipo de tumor e de sua extensão. Quando o tumor é inicial, os resultados da cirurgia radical e da radioterapia são equivalentes.
O tratamento cirúrgico consiste na retirada do útero, porção superior da vagina e linfonodos pélvicos. Os ovários podem ser preservados nas pacientes jovens, dependendo do estadiamento do tumor; quanto mais avançado, mais extensa é a cirurgia.
O tratamento radioterápico pode ser efetuado como tratamento exclusivo, pode ser feito associado à cirurgia (precedendo-a),ou quando a cirurgia é contra-indicada.
Detecção precoce para o câncer de colo de útero
Detecção precoce ou screening para um tipo de câncer é o processo de se procurar um determinado tipo de câncer na sua fase inicial, antes mesmo que ele cause algum tipo de sintoma. Em alguns tipos de câncer, o médico pode avaliar qual o grupo de pessoas que corre mais risco de desenvolver um tipo específico de câncer por causa de sua história familiar, por causa das doenças que já teve ou por causa dos hábitos que tem, como fumar, consumir bebidas de álcool ou comer dieta rica em gorduras.
A isso se chama fatores de risco e as pessoas que têm esses fatores pertencem a um grupo de risco. Para essas pessoas, o médico pode indicar um determinado teste ou exame para detecção precoce daquele câncer, e dizer com que freqüência esse teste ou exame deve ser feito. Para a maioria dos cânceres, quanto mais cedo (quanto mais precoce) se diagnostica o câncer, mais chance essa doença tem de ser combatida. Qual é o teste que diagnostica precocemente o câncer de colo do útero?
O exame de Papanicolau ou "preventivo de câncer de colo do útero" é o teste mais comum e mais aceito para ser utilizado para detecção precoce do câncer de colo do útero.
O que é Papanicolau?
Papanicolau é um teste que examina as células coletadas do colo do útero. O objetivo do exame é detectar células cancerosas ou anormais. O Exame pode também identificar condições não cancerosas como infecção ou inflamação. O nome do teste refere-se ao nome do seu criador, o médico greco-americano George Papanicolaou
Com que freqüência deve ser feito o Papanicolau?
Toda mulher deve fazer o exame preventivo de câncer de colo do útero (Papanicolau) a partir da primeira relação sexual ou após os 18 anos. Este exame deve ser feito anualmente ou, com menor freqüência, a critério do médico.
Mulheres mais velhas normalmente deixam de fazer esse exame porque deixam de se consultar, ou mesmo por orientação do médico. A partir dos 65 anos, as mulheres que tiveram exames normais nos últimos 10 anos devem conversar com seu médico sobre a possibilidade de parar de realizar o exame regularmente.
Mulheres que realizaram histerectomia (cirurgia para retirada do útero) com a retirada do colo além do útero, não necessitam fazer o exame, a menos que a cirurgia tenha sido feita para o tratamento de câncer ou de lesão pré-maligna.
Como o médico faz o exame de Papanicolau?
Este teste é feito por um médico ou um técnico treinado para isso, num consultório ou ambulatório. Durante um exame vaginal, antes do exame de toque, um aparelho chamado espéculo vaginal é introduzido na vagina para que o colo do útero seja facilmente visualizado. Com uma espátula e/ou uma escova especial, o médico coleta algumas células do colo do útero e da vagina e as coloca numa lâmina de vidro. Essa lâmina com as células é examinada em um microscópio para que sejam identificadas anormalidades que sugiram que um câncer possa se desenvolver (lesões precursoras) ou que já esteja presente.
O exame de Papanicolau necessita de alguma preparação prévia?
A mulher deve fazer este exame quando não estiver menstruando. O melhor período é entre o 10º e 20º dia após o primeiro dia do seu último período menstrual. A mulher deve avisar seu médico em que momento do ciclo está.
Por dois dias antes do exame a mulher deve evitar piscina e banheiras, duchas vaginais, tampões, desodorantes ou medicamentos vaginais, espermicidas e cremes vaginais (a menos que seu médico recomende explicitamente). Estes produtos e situações podem retirar ou esconder células anormais.
A mulher deve também evitar relações sexuais por dois dias antes do exame.
Após o exame, a mulher pode voltar a suas atividade normais imediatamente.
Resultados do Exame Preventivo (Papanicolau)
Negativo para câncer (células malignas): se é o primeiro resultado negativo, a mulher deverá fazer novo exame preventivo em um ano. Se tiver um resultado negativo no ano anterior, o exame deverá ser repetido em 3 anos.
Alteração tipo NIC I: repetir o exame em 6 meses;
Alterações tipo NIC II e NIC III: o médico deverá decidir a melhor conduta. Novos exames, como a colposcopia, deverão ser realizadas;
Infecção pelo HPV: o exame deverá ser repetido em 6 meses;

ASCUS e ASGUS (alteração atípica com significado incerto): o médico deve indicar a conduta a seguir conforme cada caso. Pode ser a repetição do exame em 12 meses ou tratamento de infecção ou fazer uma colposcopia (exame em que se visualiza o colo do útero com lente de aumento de 10 vezes ou mais).
Amostra insatisfatória: a quantidade de material não foi suficiente para fazer o exame. O exame deve ser repetido logo que for possível.
Independente desses resultados, você pode ter alguma outra infecção que será tratada. Siga o tratamento corretamente. Muitas vezes, é necessário que o seu parceiro também receba tratamento.
O câncer de colo do útero pode ser prevenido?
Sim, prevenir o aparecimento de um tipo de câncer é diminuir as chances de que uma pessoa desenvolva essa doença através de ações que a afastem de fatores que propiciem o desarranjo celular que acontece nos estágios bem iniciais, quando apenas algumas poucas células estão sofrendo as agressões que podem transformá-las em malignas. São os chamados fatores de risco.
Além disso, outra forma de prevenir o aparecimento de câncer é promover ações sabidamente benéficas à saúde como um todo e que, por motivos muitas vezes desconhecidos, estão menos associadas ao aparecimento desses tumores.
Nem todos os cânceres têm estes fatores de risco e de proteção identificados e, entre os já reconhecidamente envolvidos, nem todos podem ser facilmente modificáveis, como a herança genética (história familiar), por exemplo.
O câncer de colo do útero, como a maioria dos tipos de câncer, tem fatores de risco identificáveis. Alguns desses fatores de risco são modificáveis, ou seja, pode-se alterar a exposição que cada pessoa tem a esse determinado fator, diminuindo a sua chance de desenvolver esse tipo de câncer.
Há também os fatores de proteção. Ou seja, fatores aos quais, se a pessoa estiver exposta, a sua chance de desenvolver esse tipo de câncer diminui.
Entre esses fatores de proteção também há os que se pode modificar, expondo-se mais a eles.
A prevenção do câncer de colo do útero passa por cuidados e informações sobre o uso de preservativos, a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e a orientação sexual, desestimulando a promiscuidade. Em nível secundário de prevenção, está o exame ginecológico periódico.
Os fatores de risco e proteção mais conhecidos para o câncer de colo do útero e que podem ser modificados são:
Exame de Papanicolau ou preventivo de câncer
Fazer o exame preventivo de câncer de colo do útero é a forma mais eficaz de diminuir a chance de ter esse tipo de câncer.

As mulheres mais velhas, que normalmente deixam de fazer esse exame, muitas vezes por orientação do seu próprio médico, ou porque deixam de se consultar com um ginecologista, têm risco de desenvolver esse tumor, já que não o diagnosticam na sua fase inicial.
Infecção pelo Vírus Papiloma Humano (HPV)
O Vírus Papiloma Humano (HPV) é um vírus extremamente comum, do qual existem mais de 80 sub-tipos. Alguns deles são transmitidos sexualmente (por contato sexual com parceiro portador desse vírus). Desses, alguns estão associados ao câncer de colo do útero. Mais freqüentemente, os sub-tipos 16 e 18 estão associados a esse tipo de tumor.
Não existe tratamento para esse tipo de vírus e ele desaparece sozinho, sem tratamento, na grande maioria das vezes. Porém, a maioria dos cânceres de colo do útero têm a presença desse vírus.
Ou seja, as mulheres portadoras desse vírus devem fazer exames mais freqüentes com o seu ginecologista ou profissional de saúde capacitado para detectar alterações sugestivas de lesões malignas ou pré-malignas tão cedo quanto possível, o que aumenta muito a chance de se fazer um procedimento que a deixem complemente curadas.
Fumo
Fumar aumenta o risco de desenvolver esse tipo de câncer.
Parar de fumar ou evitar fumo passivo (inalar fumaça de fumantes próximos) é uma forma de prevenir esse tipo de tumor.

História da Vida Sexual
Mulheres que tiveram a sua primeira relação sexual muito cedo, antes dos 16 anos, ou que têm ou tiveram muitos parceiros, têm maior risco de ter esse tipo de câncer. Possivelmente, isso é o reflexo de maior exposição a doenças sexualmente transmissíveis , como o HPV, que estão associados a esse tipo de tumor.
Outras doenças sexualmente transmissíveis também estão associadas a esse tumor, como o herpes simples e o HIV.
Por isso, a prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis, com o uso de métodos de barreira (camisinha ou condom) e uso de espermicida, diminui a chance de desenvolver esse tipo de tumor.
Dieta
Vários estudos têm associado uma diminuição no risco de desenvolver câncer de colo do útero em mulheres que ingerem micronutrientes nas suas quantidades adequadas.
Os micronutrientes mais freqüentemente descritos como benéficos, nestes estudos, são os carotenóides, a vitamina C e E.
Provavelmente, estes estudos estão demonstrando de forma indireta que uma dieta variada, balanceada e rica em vegetais é benéfica e diminui as chances da mulher de desenvolver esse tipo de tumor.
Os principais fatores de risco para o câncer de colo do útero são:
baixo nível sócio-econômico
precocidade na primeira relação sexual
promiscuidade (múltiplos parceiros)
parceiro sexual de risco
multiparidade (vários partos)
primeira gestação precoce
tabagismo
radiação prévia
infecção por papilomavírus
herpes vírus


Perguntas que você pode fazer ao seu médico
Tive verruga na vagina; isso aumenta o meu risco de ter câncer de colo do útero?
Meu parceiro teve verruga no pênis. O que devo fazer para me prevenir?

SÍNDROME DE TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL SÍNDROME DE TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL
Também conhecida por TPM, é um conjunto de sintomas físicos e comportamentais que ocorrem na segunda metade do ciclo menstrual podendo ser tão severos que interfiram significativamente na vida da mulher.
A TPM é uma desordem neuropsicoendócrina com sintomas que afetam a mulher na esfera biológica, psicológica e social.
A tendência hoje é acreditar que a função fisiológica do ovário seja o gatilho que dispara os sintomas da síndrome alterando a atividade da serotonina (neurotransmissor) em nível de sistema nervoso central.
O tratamento depende da severidade dos sintomas e incluem modificações alimentares, comportamentais e tratamentos medicamentosos.
Os sintomas mais comuns incluem:
Por ordem de freqüência: DESCONFORTO ABDOMINAL, MASTALGIA CEFALÉIA, FADIGA, IRRITABILIDADE, TENSÃO, HUMOR DEPRIMIDO, HUMOR LÁBIL, AUMENTO DO APETITE, ESQUECIMENTO E DIFICULDADE DE CONCENTRAÇÃO, ACNE, HIPERSENSIBILIDADE AOS ESTÍMULOS, RAIVA, CHORO FÁCIL, CALORÕES, PALPITAÇÕES e TONTURAS.
 
Irritabilidade (nervosismo),
Ansiedade (alteração do humor com sentimentos de hostilidade e raiva),
Depressão (com sensação de desvalia, distúrbio do sono, dificuldade de concentração)
Cefaléia (dor de cabeça),
Mastalgia (dor ou aumento da sensibilidade das mamas),
Retenção de líquidos (inchaço ou dor nas pernas),
Cansaço,
Desejos por alguns alimentos como chocolates, doces e comidas salgadas.

Deve ser realizado um controle objetivo do ciclo menstrual (através de um diário) pelo período mínimo de dois ciclos. Devem ser excluídos outros transtornos como hiper ou hipotireoidismo, perimenopausa, enxaqueca, fadiga crônica, síndrome do intestino irritável ou exacerbação pré-menstrual de doenças psiquátricas; depressão, que pode se intensificar nesse período (magnificação pré- menstrual).
História, exame físico cuidadoso, avaliação endócrina ginecológica quando o ciclo menstrual é irregular, perfil bioquímico, hemograma e TSH para excluir condições médicas que podem apresentar sintomas que simulem uma TPM. Importante fazer o diagnóstico diferencial com a condição psiquiátrica: distúbio disfórico pré-menstrual.
O tratamento medicamentoso inclui o manejo específico de cada sintoma e deve ser individualizado. A maioria dos tratamentos medicamentosos propostos não se mostraram mais eficazes do que tratamentos placebo (progesterona, espironolactona, óleo de prímula e vitaminas B6 e E, ingestão de cálcio e magnésio). A fluoxetina, foi a única droga que mostrou eficácia, entretanto foi aprovada pelo FDA apenas para PMDD (Forma mais severa de TPM, com prevalência dos sintomas de raiva, irritabilidade e tensão). Na Europa esta droga não é aprovada na Europa para uso nem mesmo em PMDD.
Medidas preventivas são igualmente importantes e incluem:
 
orientação: explicar que a TPM não é grave e que os sintomas podem variar a cada ciclo,
modificações alimentares com diminuição da gordura, sal, açúcar e cafeína (café, chá, bebidas a base de colas),
fracionamento das refeições,
dieta com boas fontes de cálcio (leite e iogurte desnatado) e magnésio (espinafre), diminuição da ingestão de álcool,
parar de fumar,
fazer exercícios regulares (aeróbicos: 20 minutos 3 vezes por semana),
manejar o estresse.

Perguntas que você pode fazer ao seu médico
O que eu sinto naqueles dias antes do período menstrual são "coisas da minha cabeça"?
Os sintomas desagradáveis que surgem antes da menstruação podem ser considerados uma doença?
Existe tratamento para a Síndrome de Tensão Pré-Menstrual?
Qual o critério para determinar a gravidade da TPM?
Quando a TPM é caracterizada como desordem disfórica pré-menstrual?
Quando é necessário acompanhamento psiquiátrico para TPM?
Fazer exercícios físicos e de relaxamento ajudam no tratamento da TPM?
Quais os alimentos mais indicados para estes dias?
Deve usar vitaminas ou suplementos alimentares para ajudar na melhora dos sintomas?
Devo suspender o uso de álcool e cigarros?
ENDOMETRIOSE
O que é?
Endometriose é uma doença caracterizada pela presença de tecido endometrial (tecido que reveste o útero internamente) fora da cavidade uterina.
Como se desenvolve?
A causa exata é desconhecida. Uma teoria sugere que durante a menstruação as células do endométrio passariam através das trompas de Falópio para a cavidade peritoneal abdominal, onde se implantariam. Os locais mais comuns de implantação são os ovários, trompas de Falópio, superfície externa do útero e septo reto-vaginal (área entre a vagina e o reto). Outras teorias sugerem alterações do sistema imunológico e mesmo uma herança genética.
A cada menstruação este tecido endometriótico sangra causando dor pélvica, dor durante a relação sexual, queixas urinárias, intestinais e infertilidade.
O que se sente?
Os sintomas mais comuns incluem:
 
dismenorréia severa (dor pélvica cíclica que ocorre antes e durante a menstruação)
dispareunia (dor durante ou logo após o ato sexual)
dor pélvica crônica
infertilidade
sintomas urinários com micções dolorosas
dor na região lombar baixa (costas)
desconforto abdominal

Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico geralmente inclui uma laparoscopia que é um procedimento cirúrgico ambulatorial onde uma câmara é inserida na cavidade abdominal através do umbigo, permitindo identificar as lesões e determinar a extensão da doença. A retirada de um pequeno fragmento de tecido suspeito (biópsia) para a realização de um exame anatomopatológico dará o diagnóstico de certeza.
Como se trata?
O tratamento vai depender da idade da paciente, da extensão da doença, da severidade dos sintomas, da duração da infertilidade e dos planos reprodutivos do casal.
Os tratamentos incluem desde a observação em pacientes assintomáticos e não desejosas de gestação, uso de analgésicos para a dor moderada, a interrupção dos ciclos menstruais com ACO usados de modo continuo por 6-12 meses, progesterona de uso diário ou depósito ,medicamentos que inibem o funcionamento dos ovários e os tratamentos cirúrgicos , destruindo o tecido endometrial, removendo todas as lesões e restaurando a anatomia pélvica tanto quanto possível.
A ressecção das lesões por laparoscopia aumenta as chances de gestação em mulheres inférteis.
Os sintomas e o desejo de engravidar vão determinar a terapia mais adequada.
Como se previne?
Não existe prevenção da endometriose que afeta as mulheres em seus anos reprodutivos, mas aquelas que usam anticoncepcionais orais para o controle da gestação tem uma menor incidência da doença.
Perguntas que você pode fazer ao seu médico
Quando o médico deve suspeitar da cólica menstrual por endometriose?
Os tratamentos medicamentosos tem muitos efeitos colaterais?
Qual a terapia mais adequada para tratar a endometriose?
Os tratamentos tem cura ou eventualmente a doença pode voltar depois de tratada?
CÂNCER DE ENDOMÉTRIO
O que é?
O câncer de endométrio é o câncer de corpo uterino mais freqüente, de incidência crescente nas últimas duas décadas. Ocupa o 4º lugar das neoplasias malignas da população feminina sendo o 2º tumor pélvico mais freqüente entre as brasileiras.
Como pode ser feita a prevenção?
A prevenção primária desse tipo de tumor inclui:
 
o combate à obesidade,
o tratamento de ciclos anovulatórios e
terapia de reposição hormonal adequada no climatério.

A prevenção secundária consiste na:
 
avaliação periódica de pacientes assintomáticas de alto risco,
ultra-sonografia transvaginal na menopausa e
detecção de lesões precursoras nas mulheres com sangramento uterino anormal.

São considerados fatores de risco para o câncer de endométrio:
 
a menopausa tardia (acima de 52 anos),
a obesidade,
a anovulação crônica,
o uso de reposição hormonal com estrógenos sem a oposição de progestágenos,
a raça branca,
um elevado nível sócio-econômico,
uma dieta rica em gordura,
o uso de tamoxifen,
diabete,
história familiar ou pessoal de câncer de endométrio, mama, ovário ou cólon.

O rastreamento deve ser realizado naquelas pacientes assintomáticas que apresentam fatores de risco através de ecografia transvaginal.
O sintoma clássico desse tipo de tumor é o sangramento uterino anormal, principalmente após a menopausa.
Como se realiza a investigação?
A ecografia transvaginal pode demonstrar o endométrio espessado levando a uma biópsia do mesmo. Todos os métodos que permitam retirar uma amostra do endométrio geralmente selam o diagnóstico de câncer de endométrio.
Esses exames são:
 
a biópsia endometrial (realizada em consultório),
a curetagem uterina com dilatação do colo uterino (realizada com anestesia) e
a histeroscopia com biópsia dirigida (pode ser realizada com ou sem anestesia, dependendo de cada caso).

É importante lembrar que pacientes com SANGRAMENTO APÓS A MENOPAUSA devem ter na maioria das vezes seu endométrio examinado.
Como se faz o tratamento?
O tratamento das pacientes com câncer de endométrio é cirúrgico e inclui a retirada do útero e ovários, sendo que, em alguns casos, é realizada a linfadenectomia pélvica. As pacientes com contra-indicação cirúrgica serão tratadas com radioterapia. Nos casos mais avançados a quimioterapia e a progestogenioterapia têm sido empregadas.
Considerada uma doença da mulher moderna, esta doença enigmática que atinge cerca de 15% das mulheres, muitas vezes silenciosa e de diagnóstico tardio, pode levar a sequelas como infertilidade e à dor pélvica crônica.

Fotos de endometriose

Endometriose pélvica, bloqueio de fundo de saco posterior.

Endometriose de apêndice em paciente com endometriose pélvica severa.


  • Imagem de laparoscopia em paciente com endometriose pélvica moderada. Mostrando trompa esquerda obstruída, dilatada (hidrossalpinge) e com aderências provocadas pela endometriose. A obstrução das trompas uterinas é uma das causas importantes de infertilidade feminina em decorrência desta doença. Nestes casos a videolaparoscopia pode ser utilizada também para a realização da desobstrução tubária ou para retirada da mesma quando a melhor opção para o caso for a fertilização in vitro.

  • Imagem de laparoscopia em paciente com endometriose pélvica severa. Mostra a trompa esquerda com focos de endometriose ativa em cima à esquerda (áreas avermelhadas parecendo vesículas). Abaixo da trompa de forma arredondada e de cor branca está o ovário esquerdo com focos de endometriose e bastante aderido à fosso ovárica, à trompa e ao útero. Visualiza-se também aderências (trabéculas acinzentadas no centro da imagem) entre o útero e a região posterior a este chamada de fundo de saco posterior entre o útero e o reto.
    PREVENÇÃO EM CÂNCER
    O que é?
    Prevenção em câncer é reduzir a possibilidade do aparecimento de qualquer tipo de câncer.
    Exemplos de estratégias de prevenção são:
     
    evitar contato com carcinógenos (substâncias que causam câncer), por exemplo, evitar o contato, sem proteção, com alguns solventes utilizados na indústria, para prevenir câncer de pulmão, orofaringe (boca e garganta) e bexiga.
    modificar hábitos de dieta ou de vida que alterem uma predisposição genética a um determinado tipo de câncer, por exemplo, evitar o fumo (uso de tabaco) em qualquer uma de suas formas ou a ingestão de grandes quantidades de bebida alcoólica, para prevenir câncer de pulmão, esôfago e orofaringe;
    evitar uma exposição ambiental que esteja relacionada a uma maior incidência de um determinado tipo de câncer, por exemplo, evitar a exposição ao sol nos horários em que os raios ultravioleta estão mais fortes, como das 10 às 16 horas, para prevenir câncer de pele.
    alterar o efeito de determinada substância sobre um determinado órgão que poderia estar relacionada a um determinado tipo de câncer, por exemplo, o uso de antiestrogênios, para prevenir câncer de mama.
    tratar lesões pré-malignas, por exemplo, retirar lesões do colo uterino antes que se tornem malignas, para prevenir câncer de colo uterino.
    Todas essas medidas são baseadas em vários estudos científicos, nos quais se observou ou se testou uma determinada atitude que se mostrou efetiva na diminuição do número de novos casos de câncer.
    Estes estudos são muito difíceis de ser realizados não só pelo seu custo, mas também por dificuldades metodológicas específicas de se poder afirmar que determinado elemento está relacionado diretamente com a causa de uma específica doença. Porém, eles são muito importantes e extremamente proveitosos se forem comparados com o custo médico e pessoal que está envolvido no fato de uma pessoa receber o diagnóstico de que está com câncer.
    Perguntas que você pode fazer ao seu médico
    Todos os tipos de câncer são previsíveis?
    Sexo e o Câncer
    Lutando pela vida e pela sua melhor qualidade
    O surgimento de algum tipo de câncer na vida de uma pessoa é muito traumático, dadas as conseqüências físicas e emocionais desse tipo de doença e as limitações da medicina nesse campo ainda muito desconhecido.
    Existem dois aspectos importantes para a compreensão da vida sexual por parte dos que sofrem de qualquer tipo de câncer.
    Um primeiro aspecto está na reação frente à descoberta dessa doença, muitas vezes mutilante. Geralmente a pessoa que se descobre portadora de câncer passa por estágios emocionais diversos, entre eles, negação, rebeldia e depressão.
    É nas fases de rebeldia e de depressão que a atividade sexual vai sofrer maior impacto. O paciente passa a se preocupar mais com a sua saúde, exames, medicações, intervenções cirúrgicas, quimio e radioterapia, do que com sua vida sexual. O desejo diminui muito ou desaparece totalmente, prejudicando as demais fases do ciclo da resposta sexual, quais sejam, excitação (ereção no homem e lubrificação na mulher) e orgasmo.
    A atividade sexual, para a maioria das pessoas, não se desenvolve se houverem graves preocupações na cabeça. No caso da pessoa com câncer, a sexualidade fica em segundo plano. A pessoa passa a se ver com menos estima, com tristeza e com um medo intenso de não mais corresponder às demandas sexuais do parceiro. Temores de ser visto como doente, vítima e passível de pena também afetam a auto-estima. Os relacionamentos acabam por se complicar, principalmente quando não há abertura na comunicação da dupla.
    O indivíduo sente-se só, pouco compreendido e com muitos constrangimentos em comentar ou perguntar algo sobre a sua vida sexual para o médico. Além disso, nem todos os profissionais lembram ou têm capacidade de lidar com esses aspectos de seus pacientes. Algumas medicações antidepressivas podem ser utilizadas com uma melhora no quadro depressivo e na vida sexual do paciente. Deve-se procurar ajuda de um psiquiatra.
    Um segundo aspecto está na possibilidade de o câncer atingir áreas genitais ou outras regiões que possam afetar de forma direta o desempenho da atividade sexual.
    Câncer nos genitais - pênis, vulva ou colo de útero ou em regiões próximas - são mais complexos no que tange às recomendações. Existem alguns riscos de infecções em áreas mais lesadas, ou mesmo maior probabilidade de dor.
    Nesses casos, o médico é a pessoa que pode e deve ser inquirida de forma direta. Especificamente:
     
    O câncer de mama traz muitas complicações na auto-imagem das mulheres, diminuindo muito o desejo de se expor ao parceiro. O implante de silicone tem ajudado muitas delas a recuperar a auto-estima.
    Pacientes que se submeteram a ostomização (pessoas com câncer de colo ou reto que precisam abrir um orifício no abdômen para eliminação de fezes em uma bolsinha plástica, não podendo mais evacuar pelo ânus) sofrem muito para reassumir a atividade sexual, já que a bolsa plástica passa a fazer parte constante de suas vidas. Tanto para os homens, quanto para as mulheres, é uma fonte constante de sentimentos de inferiorização e vergonha. Temem que a bolsa com fezes atrapalhe ou vaze durante o esforço da atividade sexual. No sexo com esse tipo de preocupação, não há como se envolver ou fantasiar: o sexo não se torna satisfatório. A comunicação é essencial e o aconselhamento e reeducação sexual por um sexólogo é de grande utilidade.
    Em alguns homens, pode ocorrer a impotência sexual por lesão direta ou indireta ou por conflitos emocionais. Deve-se ter em mente que a sexualidade não existe apenas quando há coito propriamente dito (contato pênis-vagina). Faz parte de nossa sexualidade todo o envolvimento afetivo e todas as sensações subjetivas prazerosas de todo o corpo. A parceira pode se satisfazer de várias formas que não com o pênis. Existem algumas medicações que podem ser usadas para provocar a ereção, mas o médico deve ser consultado antes.

    O câncer afeta a vida de um casal em várias dimensões. A dupla deve procurar formas de adaptação que visem a intimidade e a cumplicidade. Com a estabilidade da doença, o desejo sexual retorna e passa a ser novamente importante. Recomenda-se que a pessoa seja o mais sincera possível com seu parceiro em relação a seus sentimentos e sensações. A dor deve ser identificada e questionada com o médico, tal como técnicas possíveis para se lidar com as dificuldades sexuais. Caso o médico oncologista não possa esclarecer as dúvidas, é aconselhável a busca de um terapeuta sexual, geralmente mais instrumentalizado para a orientação nesse aspecto de dificuldade.
    fonte abc da saúde.